Estrada Nova
Oswaldo Montenegro
Eu conheço o medo de ir embora
Não saber o que fazer com a mão
Gritar pro mundo e saber
Que o mundo não presta atenção
Eu conheço o medo de ir embora
Embora não pareça, a dor vai passar
Lembra se puder
Se não der, esqueça
De algum jeito vai passar
O sol já nasceu na estrada nova
E mesmo que eu impeça, ele vai brilhar
Lembra se puder
Se não der esqueça
De algum jeito vai passar
Eu conheço o medo de ir embora
O futuro agarra a sua mão
Será que é o trem que passou
Ou passou quem fica na estação?
Eu conheço o medo de ir embora
E nada que interessa se pode guardar
Lembra se puder
Se não der esqueça
De algum jeito vai passar
Só não se perca ao entrar, no meu infinito particular. Em alguns instantes, sou pequenina e também gigante ♭♪
sexta-feira, fevereiro 13, 2009
sábado, fevereiro 07, 2009
Norah Jones
Norah Jones - One Flight Down (tradução)
Um vôo baixo Há uma pequena canção E sua mente apenas captou o som Agora você sabe que está errado Porque vaga como fumaça E estará lá tocando continuamente Agora você sabe Agora você sabe
A flauta e a gaita vem tecendo, Seduzindo em uma única nota
Neste lugar Onde seus braços desdobram Aqui ao menos você vê seu antigo rosto Agora você sabe Agora você sabe
O ritmo toca suavemente imperfeito Toca-o novamente e então se vai
Um vôo baixo Há uma pequena canção E estará lá tocando continuamente Agora você sabe Agora você sabe
Um vôo baixo Há uma pequena canção E sua mente apenas captou o som Agora você sabe que está errado Porque vaga como fumaça E estará lá tocando continuamente Agora você sabe Agora você sabe
A flauta e a gaita vem tecendo, Seduzindo em uma única nota
Neste lugar Onde seus braços desdobram Aqui ao menos você vê seu antigo rosto Agora você sabe Agora você sabe
O ritmo toca suavemente imperfeito Toca-o novamente e então se vai
Um vôo baixo Há uma pequena canção E estará lá tocando continuamente Agora você sabe Agora você sabe
Tenho tanto sentimento Que é freqüente persuadir-me De que sou sentimental, Mas reconheço, ao medir-me, Que tudo isso é pensamento, Que não senti afinal.
Temos, todos que vivemos, Uma vida que é vivida E outra vida que é pensada, E a única vida que temos É essa que é dividida Entre a verdadeira e a errada.
Qual porém é a verdadeira E qual errada, ninguém Nos saberá explicar; E vivemos de maneira
Que a vida que a gente tem É a que tem que pensar.
Fernando Pessoa, 18-9-1933
Amar!Eu quero amar, amar perdidamente!
Amar só por amar: aqui... além...Mais Este e Aquele, o Outro e toda a gente...
Amar! Amar! E não amar ninguém!Recordar? Esquecer? Indiferente!...
Prender ou desprender? É mal? É bem?
Quem disser que se pode amar alguém
Durante a vida inteira é porque mente!
Há uma primavera em cada vida:É preciso cantá-la assim florida,
Pois se Deus nos deu voz, foi pra cantar!
E se um dia hei de ser pó, cinza e nada,
Que seja a minha noite uma alvorada,
Que me saiba perder... pra me encontrar...
Autor Desconhecido
Amar só por amar: aqui... além...Mais Este e Aquele, o Outro e toda a gente...
Amar! Amar! E não amar ninguém!Recordar? Esquecer? Indiferente!...
Prender ou desprender? É mal? É bem?
Quem disser que se pode amar alguém
Durante a vida inteira é porque mente!
Há uma primavera em cada vida:É preciso cantá-la assim florida,
Pois se Deus nos deu voz, foi pra cantar!
E se um dia hei de ser pó, cinza e nada,
Que seja a minha noite uma alvorada,
Que me saiba perder... pra me encontrar...
Autor Desconhecido
O Último Poema
Assim eu queria o meu último poema
Que fosse terno dizendo as coisas mais simples e menos intencionais
Que fosse ardente como um soluço sem lágrimas
Que tivesse a beleza das flores quase sem perfume
A pureza da chama em que se consomem os diamantes mais límpidos
A paixão dos suicidas que se matam sem explicação
Manuel Bandeira
Análise
Tão abstrata é a idéia do teu ser
Que me vem de te olhar, que, ao entreter
Os meus olhos nos teus,perco-os de vista,
E nada fica em meu olhar, e dista
Teu corpo tão longemente,
E a idéia do teu ser fica tão rente
Ao meu pensar olhar-te, e ao saber-me
Sabendo que tu és, que, só por ter-me
Consciente de ti, nem a mim sinto.
E assim, neste ignorar-me a ver-te, minto
A ilusão da sensação, e sonho,
Não te vendo, nem vendo, nem sabendo
Fernando Pessoa
Posso escrever os versos mais tristes esta noite
Escrevr por exemplo: "A noite tem estrelas, e, azuis, os astros tiritam na distância."
O vento nocturno gira o céu e canta
Posso escrever os versos mais tristes esta noite.
Eu amei-a e por vezes, ela também me quis.
Em noites como esta tive-a nos meus braços.
Beijei-a tantas vezes sob o céu infinito.
Ela me quis e por vezes, ela também me quis.
Como não ter amado seus grandes olhos firmes?
Posso escrever os versos mais tristes esta noite
Pensar que não a tenho. E sentir que a perdi.
Ouvir a note imensa, mais imensa sem ela.
E o verso que cai na alma qual prado o rocio.
Que importa que o meu amor não pudesse guardá-la!
A noite tem estrelas e ela não esta comigo.
A mesma noite que faz branquear as mesmas árvores.
Porém, nós já não somos os mesmos desses dias
Já não lhe quero, é certo, mas quanto amor lhe tive !
Minha voz buscava o vento para tocar seus ouvidos.
De outro. Será de outro. Como antes dos meus beijos.
Sua voz, seu corpo claro. Seus olhos infinitos.
Já não lhe quero, é certo, mas talvez ainda lhe queira.
É tão breve o amor, é tão longo o olvido.
Porque em noites como esta tive-a nos meus braços,
minha alma não se conforma com havê-la perdido.
Embora esta seja a última dor que ela me causa,
e estes sejam os últimos versos que lhe escrevo.
PABLO NERUDA
Soneto a quatro mãos
Tudo de amor que existe em mim foi dado
Tudo que fala de amor em mim foi dito
Do nada em mim o amor fez o infinito
Que por muito tornou-se escravizado
Tão pródigo de amor fiquei coitado
Tão fácil para amar fiquei proscrito
Cada voto que fiz ergueu-se em grito
Contra o meu próprio dar demasiado
Tenho dado de amor mais que coubesse
Nesse meu pobre coração humano
Desse eterno amor meu antes não desse
Pois se por tanto dar me fiz engano
Melhor fora que desse e recebesse
Para viver da vida o amor sem dano
Vinicius de Moraes
Ao Amor Antigo
O amor antigo vive de si mesmo, não de cultivo alheio ou de presença.
Nada exige nem pede.
Nada espera,mas do destino vão nega a sentença.
O amor antigo tem raízes fundas,feitas de sofrimento e de beleza.
Por aquelas mergulha no infinito,e por estas suplanta a natureza.
Se em toda parte o tempo desmoronaaquilo que foi grande e deslumbrante,a antigo amor, porém, nunca fenecee a cada dia surge mais amante.
Mais ardente, mas pobre de esperança.Mais triste? Não.
Ele venceu a dor,e resplandece no seu canto obscuro,tanto mais velho quanto mais amor.
Drummond
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