segunda-feira, janeiro 30, 2012

Explicação



O pensamento é triste; o amor, insuficiente;
e eu quero sempre mais do que vem nos milagres.
Deixo que a terra me sustente:
guardo o resto para mais tarde.

Deus não fala comigo - e eu sei que me conhece.
A antigos ventos dei as lágrimas que tinha.
A estrela sobe, a estrela desce...
- espero a minha própria vinda.

(Navego pela memória
sem margens.

Alguém conta a minha história
E alguém mata os personagens.)


Borboletas

Em meio a cobras de emoções,
Lindas asas observo,
Borboletas reparo!
Mas não voam como eu quero!

Não voa como o vento.
É finita, lenta.
E quinze já eu tenho!
Só a vejo, borboleta.

Que vai e volta,
Das outras se solta
Numa grande imensidão.

Do grande Deus presente,
Borboletas inocentes,
Que nem tão inocentes são...




Caroline Ferreira