Melhor que eu não te conte novidades,
Nem diga nada muito diferente,
Nem faça teorias sobre a gente,
Nem fale dessa angústia que me invade.
Melhor juntar palavras já testadas:
Amor, Saudade, Beijo, Despedida.
Um saco de figuras repetidas,
Tão gastas que já não te digam nada.
Pois só o que for extremamente fácil,
banal como as canções do rádio,
Replay de algum clichê, lugar-comum
E nunca retratar a nossa vida,
Vai te deixar feliz e comovida
E te fazer igual a qualquer um.
Só não se perca ao entrar, no meu infinito particular. Em alguns instantes, sou pequenina e também gigante ♭♪
sábado, julho 30, 2011
terça-feira, julho 26, 2011
Dois a Rodar - Ludov
Sem sair do lugar, sem saber
sem notar, vi meu pranto ceder
E era novidade chorar por você assim
Se quiser me trocar, devolver, se livrar,
basta não responder,
Não ligar se eu chorar assim sem porquê
Me deixa louco por saber que não estou
onde há pouco eu reinava, como num salão,
beijava-te a mão
e éramos dois a rodar, e rodar, e rodar
Mas se era só por sofrer pra cantar
pra sofrer por cantar
eu te entrego esta minha canção.
Eu te entrego esta minha canção.
Me deixa louco por saber que não estou
onde há pouco eu reinava, como num salão,
beijava-te a mão
e éramos dois a rodar, e rodar, e rodar
sem notar, vi meu pranto ceder
E era novidade chorar por você assim
Se quiser me trocar, devolver, se livrar,
basta não responder,
Não ligar se eu chorar assim sem porquê
Me deixa louco por saber que não estou
onde há pouco eu reinava, como num salão,
beijava-te a mão
e éramos dois a rodar, e rodar, e rodar
Mas se era só por sofrer pra cantar
pra sofrer por cantar
eu te entrego esta minha canção.
Eu te entrego esta minha canção.
Me deixa louco por saber que não estou
onde há pouco eu reinava, como num salão,
beijava-te a mão
e éramos dois a rodar, e rodar, e rodar
sexta-feira, julho 22, 2011
Martha Medeiros "falou" comigo!
O Chat tava meio complicado, mas dá pra entender.. ai, quase chorei. louca né, rs. Imagina Quando ver a mulher ao vivo!
domingo, julho 17, 2011
Van Gogh queria que seus quadros tivessem o efeito imediato e violento das coloridas gravuras japonesas, tão admiradas por ele. Gritava por uma arte livre de intelectualismo, que não chamasse a atenção somente dos ricos entendedores, mas desse alegria e consolo a toda criatura humana...
Usava formas e cores para exprimir o que sentia nas coisas. Não se importava muito com o que chamava de “realidade estereoscópica”, ou seja a reprodução de forma fotográfico da natureza...Queria que a sua pintura exprimisse o que sentia e, se a deformação pudesse ajudá-lo a atingir o objetivo, ele teria usado a deformação.
Ernst H. Gombrich
Texto retirado do meu livro novo *-* "Van Gogh, da Coleção Grandes Mestres"
A Noite estrelada (Ciprestes e Vila)
Em junho de 1989, Vincent Van Gogh estava no sanatório para doentes mentais em Saint-Rémy, no mosteiro medieval de Saint Paul de Mausole, a pouca distância da cidadezinha provençal. Ele decidira voluntariamente se curar naquele lugar solitário. A insônia o estimulou a olhar para fora de sua cela, para uma paisagem noturna imersa no silêncio e na escuridão, sob um fantástico céu estrelado. Ao lado do cipreste torto, que parece tentar desesperadamente se elevar até chegar perto do céu. Vênus, a estrela da manhã, brilha, luminosa, enquanto o longo perfil das colinas se expande com a primeira luz do amanhecer. Do outro lado da tela, a lua, brilhante como um sol noturno, explode em círculos, enquanto na torre do sino, lembrança das paisagens holandesas da infância sobreposta pela fantasia do artista à paisagem provençal, tem início um fantasmagórico motivo em serpentina, como se cometas em chamas ou meteoritos enlouquecidos estivessem prestes a cair na terra. A visão, na qual o pintor sem dúvida se inspirou, é deformada por uma passionalidade exasperada, de uma incandescente vontade de se comunicar com o infinito (...)
sexta-feira, julho 15, 2011
terça-feira, julho 05, 2011
Eterno - Carlos Drummond
E como ficou chato ser moderno.
Agora serei eterno.
Eterno! Eterno!
O Padre Eterno,
a vida eterna,
o fogo eterno.
(Le silence éternel de ces espaces infinis m'effraie.)
— O que é eterno, Yayá Lindinha?
— Ingrato! é o amor que te tenho.
Eternalidade eternite eternaltivamente
eternuávamos
eternissíssimo
A cada instante se criam novas categorias do eterno.
Eterna é a flor que se fana
se soube florir
é o menino recém-nascido
antes que lhe dêem nome e lhe comuniquem o sentimento do efêmero
é o gesto de enlaçar e beijar
na visita do amor às almas
eterno é tudo aquilo que vive uma fração de segundo
mas com tamanha intensidade que se petrifica e nenhuma
[força o resgata
é minha mãe em mim que a estou pensando
de tanto que a perdi de não pensá-la
é o que se pensa em nós se estamos loucos
é tudo que passou, porque passou
é tudo que não passa, pois não houve
eternas as palavras, eternos os pensamentos; e
[passageiras as obras.
Eterno, mas até quando? é esse marulho em nós de um
[mar profundo.
Naufragamos sem praia; e na solidão dos botos
[afundamos.
É tentação a vertigem; e também a pirueta dos ébrios.
Eternos! Eternos, miseravelmente.
O relógio no pulso é nosso confidente.
Mas eu não quero ser senão eterno.
Que os séculos apodreçam e não reste mais do que uma
[essênciaou nem isso.
E que eu desapareça mas fique este chão varrido onde
[pousou uma sombra
e que não fique o chão nem fique a sombra
mas que a precisão urgente de ser eterno bóie como uma
[esponja no caos
e entre oceanos de nada
gere um ritmo
Agora serei eterno.
Eterno! Eterno!
O Padre Eterno,
a vida eterna,
o fogo eterno.
(Le silence éternel de ces espaces infinis m'effraie.)
— O que é eterno, Yayá Lindinha?
— Ingrato! é o amor que te tenho.
Eternalidade eternite eternaltivamente
eternuávamos
eternissíssimo
A cada instante se criam novas categorias do eterno.
Eterna é a flor que se fana
se soube florir
é o menino recém-nascido
antes que lhe dêem nome e lhe comuniquem o sentimento do efêmero
é o gesto de enlaçar e beijar
na visita do amor às almas
eterno é tudo aquilo que vive uma fração de segundo
mas com tamanha intensidade que se petrifica e nenhuma
[força o resgata
é minha mãe em mim que a estou pensando
de tanto que a perdi de não pensá-la
é o que se pensa em nós se estamos loucos
é tudo que passou, porque passou
é tudo que não passa, pois não houve
eternas as palavras, eternos os pensamentos; e
[passageiras as obras.
Eterno, mas até quando? é esse marulho em nós de um
[mar profundo.
Naufragamos sem praia; e na solidão dos botos
[afundamos.
É tentação a vertigem; e também a pirueta dos ébrios.
Eternos! Eternos, miseravelmente.
O relógio no pulso é nosso confidente.
Mas eu não quero ser senão eterno.
Que os séculos apodreçam e não reste mais do que uma
[essênciaou nem isso.
E que eu desapareça mas fique este chão varrido onde
[pousou uma sombra
e que não fique o chão nem fique a sombra
mas que a precisão urgente de ser eterno bóie como uma
[esponja no caos
e entre oceanos de nada
gere um ritmo
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