Perder devagar
prefiro perder
de uma vez
infelicidade a conta gotas
nem eu faço por merecer
Só não se perca ao entrar, no meu infinito particular. Em alguns instantes, sou pequenina e também gigante ♭♪
domingo, setembro 25, 2011
sábado, setembro 24, 2011
“não dispa o meu amor
você pode encontrar um manequim;
não dispa um manequim
você pode encontrar
o meu amor.
ela há muito tempo
me esqueceu.
ela experimenta um novo
chapéu
e parece mais
coquete
do que nunca.
ela é uma
criança
e um manequin
e
é a morte.
não tenho como odiar
isso.
ela não faz
nada fora do
comum.
queria apenas que ela
fizesse.”
Charles Bukowski
sexta-feira, setembro 23, 2011
todas as mulheres
todos os beijos as
diferentes formas que amam e
falam e carecem.
suas orelhas todas elas têm
orelhas e
gargantas e vestidos
e sapatos e
automóveis e ex-
maridos.
na maioria das vezes
as mulheres são muito
quentes elas me lembram
torrada com a manteiga
derretida
nela.
está estampado no
olhar: elas foram
tomadas elas foram
enganadas. eu nunca sei o que
fazer por
elas.
sou
um bom cozinheiro um bom
ouvinte
mas nunca aprendi a
dançar — eu estava ocupado
com coisas maiores.
mas eu apreciei suas variadas
camas
fumando cigarros
olhando para o
teto. não fui nocivo nem
desleal. apenas
um aprendiz.
eu sei que todas têm
pés e descalças elas andam pelo piso enquanto
eu olho suas modestas bundas no
escuro. sei que gostam de mim, algumas até
me amam
mas eu amo muito
poucas.
algumas me dão laranjas e vitaminas;
outras falam mansamente da
infância e pais e
paisagens; algumas são quase
loucas mas nenhuma delas deixa de fazer
sentido; algumas amam
bem, outras nem
tanto; as melhores no sexo nem sempre são as
melhores em outras
coisas; cada uma tem seus limites como eu tenho
limites e nós aprendemos
cada qual
rapidamente.
todas as mulheres todas as
mulheres todos os
quartos
os tapetes as
fotos as
cortinas, é
algo como uma igreja
raramente se ouve
uma risada.
essas orelhas esses
braços esses
cotovelos esses olhos
olhando, o afeto
e a carência eu tenho
aguentado eu tenho
aguentado.
Charles Bukowski
terça-feira, setembro 13, 2011
quarta-feira, setembro 07, 2011
Fabrício Carpinejar, em entrevista a revista Língua
Portuguesa.
São processos distintos. Se bem que Chico Buarque confundiu essa distinção entre letristas e poetas... [risos]. Há letras dele que sobrevivem sem a melodia da canção. E também Caetano Veloso, Cartola, Noel Rosa... São casos isolados, e nem sempre acertaram, mas não podemos fundamentar por exceção. A letra de música não precisa se explicar, se ampara na própria melodia. Pois melodia já é letra; já sugere se é alegre ou triste. A literatura, não: mantém muito mais a ambiguidade. A letra não quer que tu não a entendas. Penso assim: quando o silêncio é muito forte, é literatura. Na música, o silêncio é mais curto. Na poesia, a melodia é a palavra. A música tem um sentido mais comunicativo, mais generoso. Não é preciso entrar nela para entendê-la. Já na poesia, tem de entrar. Não há como olhar de fora. A diferença é grande.
Sobre a Poesia.
(...) Ela faz a gente não se ajudar. Faz nadar melhor no desespero. É o avesso da autoajuda, que quer consolar sem fazer pensar muito. A poesia faz mergulhar na dúvida. E encontrar o riso no choro. É a única maneira de sair do choro, aliás (...)
sábado, setembro 03, 2011
Pensamentos desconexos...
Eu quero é mudar, ampliar
A seguir, pensamentos desconexos...
Assistindo a aulas como a da profª Adriana Seabra, e ouvindo
falar de Van Gogh, ahhhh que maravilhoso, eu sempre me achei meio estranha
entre os meu amigos, exceto alguns... Mas num todo, sempre me achei em
desconformidade. A forma como eu pensava. Gostar tanto de gente dita "louca", um tanto estranho. Van Gogh por exemplo, ninguém o alcançava, ele estava em
desconformidade... Não estou me comparando a Van Gogh, pelo amor de Deus, mas
tenho minhas angústias.
---
Minha dificuldade de comunicação através da fala. Ai tenho que
melhorar isso, grande problema. Permanecer bêbada não pode, porque bêbada, nossa
senhora, outra pessoa. Uma outra grande angústia: Eu sou eu sóbria ou bêbada?
---
Saber que tem algo maior no
meu peito(e não são meus seios) e às vezes questionar se tem mesmo algo.
Questionar se eu vou ter capacidade para lecionar, se essa coisa de achar que
trabalhando com educação eu vou fazer minha parte no mundo, vou tirar algumas
pessoas do ostracismo, assim como eu (acredito) ter sido salva por dois ou três
professores que me influenciaram. Não sei, e aí me pergunto, o que uma coisa
tem a ver com a outra? Ah foda-se, é meu blog eu posso escrever coisas sem
sentido; tem sentindo pra mim.
Que coisa incrível isso aliás. “Às vezes o que eu vejo, quase
ninguém vê” DE VERDADE.
(mudando e não mudando de assunto)
Acho que Freud explica essa atração por loucos, mas loucos do bem,
os incompreendidos. Porque definitivamente não gosto de loucos do mal, tem
gente que adora uma subversão, gosta de Mussolini, Hitler... Uns
assassinos em série, pra Hollywood ver...
Gosto dos loucos porque gostaria de ser como eles.
Isso explica a minha forma de me apaixonar.. Funciona assim: Gosto
de gente diferente de mim, mas que seja tudo que eu gostaria de ser.
Logo...isso explica como parar de me apaixonar por esse tipo de
gente. Me transformar(e
continuar me transformando) de fato no que eu quero. E assim,
paro de beber dessa fonte. Tudo não passa de uma miragem, uma construção da
minha cabeça, alguém que eu recrio, mas quanto mais chego perto, mais reconheço
que eu criei alguém, e ela talvez não seja o que eu gostaria de ser, talvez ela
tenha fraquezas, defeitos, que eu não quero, ou não gosto de ter, o que não
deixa de ser preciosismo da minha parte, porém faz parte da minha loucura,
existencial. Ah estou tão filósofa, e nem bebi.
Bem, vou parar de escrever abruptamente, nem conclui o que achei
que iria concluir, por agora minha inspiração acabou, (continuo rasa) continua
no próximo episódio, vou dormir.
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