segunda-feira, abril 30, 2012

Delicadeza e doçura



"Delicadeza e doçura
Não fazem muito sucesso
Nem alegrias de bolso
E nem amor que deu certo..."



"Se você é um introvertido

"Se você é um introvertido, também sabe que o preconceito contra os quietos pode provocar uma profunda dor psicológica. Quando criança, pode ter ouvido seus pais se desculparem pela sua timidez. ("Por que você não pode ser mais parecido com os meninos Kennedy?", repetiam constantemente os pais de um homem que entrevistei.) Ou na escola você pode ter sido estimulado a "sair da sua concha" --expressão nociva que não valoriza o fato de que alguns animais naturalmente carregam seu abrigo aonde quer que vão, assim como alguns humanos.
"Ainda ouço todos os comentários da minha infância em minha cabeça, dizendo que eu era preguiçoso, burro, lento, chato", escreveu um membro de uma lista de e-mail chamada Refúgio dos Introvertidos. "Quando eu tive idade suficiente para entender que eu simplesmente era introvertido, a suposição de que algo estava inerentemente errado comigo já era parte do meu ser. Queria encontrar esse vestígio de dúvida e tirá-lo de mim."
Agora que você é um adulto, talvez ainda sinta uma ponta de culpa quando recusa um convite para jantar para ler um bom livro. Ou talvez você goste de comer sozinho em restaurantes, podendo passar sem os olhares de pena dos outros clientes. Ou lhe dizem que você "fica muito na sua cabeça", uma frase muitas vezes utilizada contra os quietos e cerebrais.
É claro que há outro nome para pessoas assim: pensadores."


Somos segregados, o mundo é dos extrovertidos. Quanto a nós, os introvertidos natos, tentamos buscar um lugar ideal, ou nos adaptarmos a este mundo (extrovertido) que tenta nos excluir todos os dias... Paciência, paciência.



                                        DONNA MI PRIEGA 88
    
    se amor é troca
ou entrega louca
   discutem os sábios
entre os pequenos
    e os grandes lábios


     no primeiro caso
onde começa o acaso
     e onde acaba o propósito
se tudo o que fazemos
    é menos que amor
mas ainda não é ódio?


     a tese segunda
evapora em pergunta
     que entrega é tão louca
que toda espera é pouca?
     qual dos cinco mil sentidos
 está livre de mal-entendidos?


Leminski

quarta-feira, abril 25, 2012


     sossegue coração
ainda não é agora
     a confusão prossegue
  sonhos a fora


    calma calma
logo mais a gente goza
    perto do osso
a carne é mais gostosa

Leminski


domingo, abril 22, 2012

Devorar-te



Meu corpo diz querer, minha cabeça diz já não saber.
Desejo a pele, desejo o gemido, desejo o gosto, desejo a dor
O amor está distante, já não cabe as ilusões, apenas o arder
O atrito, o odor e o ardor do corpo dela no meu,
Voracidade.


Devorar-te, 
a língua torna-se instrumento,
sentir seus lábios num primeiro momento,
sua língua carece, anseia a minha.
Contorno sua boca, sua língua
Devagar, devagar
Logo, a sofreguidão
Tenho sede.


Aquela música, marca o ritmo.
Percorrer suas costas, quentes
minha boca, quente.


Vire-se, 
seios; tenho sede, tenho fome,
tê-los em minhas mãos, vigorosamente sentir,
firmes, suaves. Minha boca parece pequena,
diante do latente desejo de devorar-lhes.


Um odor me atrai, 
e lhe atrai o meu, fora de controle estou.
Quero deleitar-me do tesão que tornou-se palpável,
degustável.


Agora tenho seus gemidos, 
causados por mim, por meu corpo
Sinto-me lisonjeada, 
gosto de reger o ritmo dos seus gemidos.


Ardor, o perfume do seu sexo, do meu,
ritmo acelerado, quero seu gozo, e então...
tenho seu gozo.













segunda-feira, abril 16, 2012

Tu e eu



Somos diferentes, tu e eu.
Tens forma e graça
e a sabedoria de só saber crescer
até dar pé.
Eu não sei onde quero chegar
e só sirvo para uma coisa
- que não sei qual é!
És de outra pipa
e eu de um cripto.
Tu, lipa
Eu, calipto.
Gostas de um som tempestade
roque lenha
muito heavy
Prefiro o barroco italiano
e dos alemães
o mais leve.
És vidrada no Lobo
eu sou mais albônico.
Tu, fão.
Eu, fônico.
És suculenta
e selvagem
como uma fruta do trópico
Eu já sequei
e me resignei
como um socialista utópico.
Tu não tens nada de mim
eu não tenho nada teu.
Tu, piniquim.
Eu, ropeu.
Gostas daquelas festas
que começam mal e terminam pior.
Gosto de graves rituais
em que sou pertinente
e, ao mesmo tempo, o prior.
Tu és um corpo e eu um vulto,
és uma miss, eu um místico.
Tu, multo.
Eu, carístico.
És colorida,
um pouco aérea,
e só pensas em ti.
Sou meio cinzento,
algo rasteiro,
e só penso em Pi.
Somos cada um de um pano
uma sã e o outro insano.
Tu, cano.
Eu, clidiano.
Dizes na cara
o que te vem a cabeça
com coragem e ânimo.
Hesito entre duas palavras,
escolho uma terceira
e no fim digo o sinônimo.
Tu não temes o engano
enquanto eu cismo.
Tu, tano.
Eu, femismo.



Luis Fernando Veríssimo

domingo, abril 15, 2012


Não Me Ame Tanto



Não me ame tanto
Eu tenho algum problema com amor demais
Eu jogo tudo no lixo sempre

Não me ame tanto
Não posso suportar um amor que é mais do que
O que eu sinto por dentro
Penso

Desapego corretamente
Ou incorretamente
Um sentimento mesquinho
Que eu sinto por dentro
Tenso
Por isso não me ame
Não me ame tanto

Não me ame tanto
Eu tenho algum problema com amor demais
Eu jogo tudo no lixo sempre

Não me ame tanto
Não posso suportar um amor que é mais do que
O que eu sinto por dentro
Penso

Pego tudo
O meu e o seu amor
Faço um bolo de amor
E jogo fora
Ou como e gozo
Dentro


For YOU...