terça-feira, junho 25, 2013

Desejos: 

Grande Sertão: Veredas - José Guimarães Rosa
1984 - George Orwell
MRS. Dalloway (terminar de ler)

GOD me ajude a conseguir ler todos nas férias :)

terça-feira, junho 11, 2013

quarta-feira, junho 05, 2013



Às Vezes com Alguém que Amo

Às vezes com alguém que amo, me encho de fúria, pelo medo de extravasar amor sem retorno;
Mas agora penso não haver amor sem retorno – o pagamento é certo, de um jeito ou de outro;
(Eu amei certa pessoa ardentemente, e meu amor não teve retorno;
No entanto, disso escrevi estas canções.)

Sometimes with One I Love

Sometimes with one I love, I fill myself with rage, for fear I effuse unreturn’d love;
But now I think there is no unreturn’d love—the pay is certain, one way or another;
(I loved a certain person ardently, and my love was not return’d;
Yet out of that, I have written these songs.)



Walt Whitman

terça-feira, maio 14, 2013



era verão ou qualquer troço assim

lua cheia ou algo parecido

uma saudade ou quase a mesma coisa

era amor ou mais ou menos isso




Martha Medeiros

quinta-feira, maio 09, 2013

Mundo das Ideias

Lá no mundo das ideias,
ela parece próxima

Lá no mundo das ideias, 
Platão me diz: isso dá prosa! [Cadê a rima? rs]

Lá no mundo das ideias,
o distante é mais bonito,
o mundo? não é aflito

Lá no mundo das ideias,
eu sinto o perfume dela. (de perto)

Lá no mundo...das ideias,
eu a beijo, e como num lampejo,
ela enfim, realiza seu desejo (sinto a respiração ofegante)

Mas este, é apenas o meu desejo,
o mundo das ideias, e Platão,
não são tangíveis.
Assim como a moça,
de modos, nada plausíveis.

segunda-feira, maio 06, 2013

Labis Labis¹
Comprei um Lápis
Escrevi um poema
Mas foi um problema

Ele era chato
Parecia um retrato

Do mundo infeliz

¹ Laís sz
O Medo

Em verdade temos medo.
Nascemos escuro.
As existências são poucas:
Carteiro, ditador, soldado.
Nosso destino, incompleto.

E fomos educados para o medo.
Cheiramos flores de medo.
Vestimos panos de medo.
De medo, vermelhos rios
vadeamos.

Somos apenas uns homens
e a natureza traiu-nos.
Há as árvores, as fábricas,
Doenças galopantes, fomes.

Refugiamo-nos no amor,
este célebre sentimento,
e o amor faltou: chovia,
ventava, fazia frio em São Paulo.

Fazia frio em São Paulo...
Nevava.
O medo, com sua capa,
nos dissimula e nos berça.

Fiquei com medo de ti,
meu companheiro moreno,
De nós, de vós: e de tudo.
Estou com medo da honra.

Assim nos criam burgueses,
Nosso caminho: traçado.
Por que morrer em conjunto?
E se todos nós vivêssemos?

Vem, harmonia do medo,
vem, ó terror das estradas,
susto na noite, receio
de águas poluídas. Muletas
do homem só. Ajudai-nos,
lentos poderes do láudano.
Até a canção medrosa
se parte, se transe e cala-se.

Faremos casas de medo,
duros tijolos de medo,
medrosos caules, repuxos,
ruas só de medo e calma.

E com asas de prudência,
com resplendores covardes,
atingiremos o cimo
de nossa cauta subida.

O medo, com sua física,
tanto produz: carcereiros,
edifícios, escritores,
este poema; outras vidas.

Tenhamos o maior pavor,
Os mais velhos compreendem.
O medo cristalizou-os.
Estátuas sábias, adeus.

Adeus: vamos para a frente,
recuando de olhos acesos.
Nossos filhos tão felizes...
Fiéis herdeiros do medo,

eles povoam a cidade.
Depois da cidade, o mundo.
Depois do mundo, as estrelas,
dançando o baile do medo.

Carlos Drummond de Andrade

(A Rosa do Povo, 1945)

sexta-feira, março 22, 2013

"Toda paixão envolve o triunfo da esperança sobre o autoconhecimento. Nós nos apaixonamos esperando não encontrar no outro o que sabemos estar em nós mesmos - toda a covardia, fraqueza, preguiça, desonestidade, comprometimento e estupidez bruta. Jogamos um laço de amor sobre o escolhido, e decidimos que tudo o que cair dentro de algum modo estará livre de nossos defeitos e, portanto, digno de ser amado. Localizamos no outro uma perfeição que nos ilude dentro de nós mesmos, e por meio da união com o amado esperamos de alguma forma manter (contra evidências de todo o autoconhecimento) uma fé precária na espécie."

Alain de Botton - Ensaios de Amor

sábado, fevereiro 23, 2013

Às vezes o que a gente precisa é de um bom interlocutor.
POEMA DE AMOR

Este é um poema de amor
por isso nele
não poderá faltar
a menção a alguma
flor
e por isso digo
rosa
ou lírio
ou simplesmente
rubro,
rubro
e espero as páginas
imantarem-se
de vermelho
por isso digo
febre
e noite
e fumo
para dizer
ansiedade e
desperdício de sêmen e de horas
e cigarros à janela
acesos como estrelas
com a noite numa ponta
e nós
consumindo-nos
na outra
este é
definitivamente
um poema de amor
por isso nele
devo dizer casa
e olhos
e neblina
e não devo dizer
que o amor é uma doença
uma doença do pensamento
uma desordem que põe tudo o mais
em desordem
uma perda que põe tudo
a perder
e porque é
um poema de amor
sob pena de ser devolvido
como uma carta sem destinatário
(e todos sabem que não se deve
brincar com os correios)
este poema deve dirigir-se
a alguém
porque a alguém o amor deve ferir
com sua pata negra
e então
à falta de outro
este poema
eu o dedico (mas não tema,
o tempo
também nisso
porá termo)
a você.


Ana Martins Marques
(...) mas não tenho muito fôlego narrativo. Minha praia é mesmo a poesia. "
Eu a quero
escrevo no papel
e espero

Felicidade
onde está você?
No papel
apenas projeto

Falta o concreto.

Jubs

sexta-feira, janeiro 25, 2013


Cortar relações
e depois voltar-se
verificar se o que restou
suporta
remendo
demorar-se
sobre a cicatriz
do corte

(guardar
por precaução
a tesourinha
para mais tarde)

Ana Martins Marques