Só não se perca ao entrar, no meu infinito particular. Em alguns instantes, sou pequenina e também gigante ♭♪
terça-feira, maio 14, 2013
quinta-feira, maio 09, 2013
Mundo das Ideias
Lá no mundo das ideias,
ela parece próxima
Lá no mundo das ideias,
Platão me diz: isso dá prosa! [Cadê a rima? rs]
Lá no mundo das ideias,
o distante é mais bonito,
o mundo? não é aflito
Lá no mundo das ideias,
eu sinto o perfume dela. (de perto)
Lá no mundo...das ideias,
eu a beijo, e como num lampejo,
ela enfim, realiza seu desejo (sinto a respiração ofegante)
Mas este, é apenas o meu desejo,
o mundo das ideias, e Platão,
não são tangíveis.
Assim como a moça,
de modos, nada plausíveis.
ela parece próxima
Lá no mundo das ideias,
Platão me diz: isso dá prosa! [Cadê a rima? rs]
Lá no mundo das ideias,
o distante é mais bonito,
o mundo? não é aflito
Lá no mundo das ideias,
eu sinto o perfume dela. (de perto)
Lá no mundo...das ideias,
eu a beijo, e como num lampejo,
ela enfim, realiza seu desejo (sinto a respiração ofegante)
Mas este, é apenas o meu desejo,
o mundo das ideias, e Platão,
não são tangíveis.
Assim como a moça,
de modos, nada plausíveis.
segunda-feira, maio 06, 2013
O Medo
Em verdade temos medo.
Nascemos escuro.
As existências são poucas:
Carteiro, ditador, soldado.
Nosso destino, incompleto.
E fomos educados para o medo.
Cheiramos flores de medo.
Vestimos panos de medo.
De medo, vermelhos rios
vadeamos.
Somos apenas uns homens
e a natureza traiu-nos.
Há as árvores, as fábricas,
Doenças galopantes, fomes.
Refugiamo-nos no amor,
este célebre sentimento,
e o amor faltou: chovia,
ventava, fazia frio em São Paulo.
Fazia frio em São Paulo...
Nevava.
O medo, com sua capa,
nos dissimula e nos berça.
Fiquei com medo de ti,
meu companheiro moreno,
De nós, de vós: e de tudo.
Estou com medo da honra.
Assim nos criam burgueses,
Nosso caminho: traçado.
Por que morrer em conjunto?
E se todos nós vivêssemos?
Vem, harmonia do medo,
vem, ó terror das estradas,
susto na noite, receio
de águas poluídas. Muletas
do homem só.
Ajudai-nos,Em verdade temos medo.
Nascemos escuro.
As existências são poucas:
Carteiro, ditador, soldado.
Nosso destino, incompleto.
E fomos educados para o medo.
Cheiramos flores de medo.
Vestimos panos de medo.
De medo, vermelhos rios
vadeamos.
Somos apenas uns homens
e a natureza traiu-nos.
Há as árvores, as fábricas,
Doenças galopantes, fomes.
Refugiamo-nos no amor,
este célebre sentimento,
e o amor faltou: chovia,
ventava, fazia frio em São Paulo.
Fazia frio em São Paulo...
Nevava.
O medo, com sua capa,
nos dissimula e nos berça.
Fiquei com medo de ti,
meu companheiro moreno,
De nós, de vós: e de tudo.
Estou com medo da honra.
Assim nos criam burgueses,
Nosso caminho: traçado.
Por que morrer em conjunto?
E se todos nós vivêssemos?
Vem, harmonia do medo,
vem, ó terror das estradas,
susto na noite, receio
de águas poluídas. Muletas
lentos poderes do láudano.
Até a canção medrosa
se parte, se transe e cala-se.
Faremos casas de medo,
duros tijolos de medo,
medrosos caules, repuxos,
ruas só de medo e calma.
E com asas de prudência,
com resplendores covardes,
atingiremos o cimo
de nossa cauta subida.
O medo, com sua física,
tanto produz: carcereiros,
edifícios, escritores,
este poema; outras vidas.
Tenhamos o maior pavor,
Os mais velhos compreendem.
O medo cristalizou-os.
Estátuas sábias, adeus.
Adeus: vamos para a frente,
recuando de olhos acesos.
Nossos filhos tão felizes...
Fiéis herdeiros do medo,
eles povoam a cidade.
Depois da cidade, o mundo.
Depois do mundo, as estrelas,
dançando o baile do medo.
Carlos Drummond de Andrade
(A Rosa do Povo, 1945)
domingo, maio 05, 2013
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